Irã nega exame médico independente à Nobel da Paz detida Narges Mohammadi
As autoridades iranianas se recusam a permitir que a opositora e ganhadora do Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, que relatou ter sido agredida com cassetetes durante sua prisão na semana passada, seja examinada por um médico independente, informou sua família nesta terça-feira (16).
"Ela tem hematomas no pescoço e no rosto", disse um de seus irmãos, Hamid Mohammadi, que mora na Noruega, a repórteres em Paris por videoconferência.
Outro irmão, que mora no Irã, "tentou convencê-los a permitir que um médico independente a examinasse, mas eles se recusaram", acrescentou Hamid Mohammadi.
Narges Mohammadi, de 53 anos, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2023, foi presa na sexta-feira na cidade de Mashhad, no leste do Irã, juntamente com outros ativistas, após discursar em uma cerimônia em homenagem ao advogado Khosrow Alikordi, que foi encontrado morto no início de dezembro.
Sua família e comitê de apoio descreveram sua prisão como "violenta".
Em um telefonema para sua família no domingo, Mohammadi relatou ter sido "violentamente e repetidamente espancada na cabeça e no pescoço" durante sua prisão, informou seu comitê de apoio na segunda-feira.
Ela também disse que foi levada ao pronto-socorro duas vezes pelas autoridades prisionais.
Seu marido, Taghi Rahmani, que mora em Paris, também disse estar "muito preocupado com o que poderia acontecer com ela".
A Anistia Internacional acusou, nesta terça-feira, as forças de segurança iranianas de cometerem atos de "tortura e outros maus-tratos" durante a prisão, incluindo espancamentos violentos contra Narges Mohammadi e outra ativista, Alieh Motalbzadeh.
(L.Garnier--LPdF)